Estou
no lugar de sempre
Ainda
nem acordei direito
E como
sempre, no mesmo quarto de sempre
Com os
lençóis ensanguentados de tristeza
Viro
pro lado e lá estão elas:
As
ríspidas lembranças afiadas
Que
maldosamente expulsam
Minha
sanidade lilás
E aos poucos
enchem minhas entranhas
Com uma
mágoa quente e amarga
Que em
lagrimas de fúria deixam meu corpo
Viro
pro outro lado enfrentando emoções agressivas
Espancando
meus intranquilos sentimentos
Nesse
momento, minha pele transpira
Uma
agonia espessa e venenosa
Que
marca perfurando os caminhos da minha mente
É uma
tortura silenciosa atormentada
Por uma
felicidade pavorosa
Que
insistentemente surge
Destruindo
meus instantes de suavidade
Essa
viagem que sangra nossa alma
Traz a
sensação dolorosa que
Tudo
vai dar certo
Após
algumas voltas dos ponteiros do relógio
Meus
braços já estão cansados
E no
fundo da turbulência da minha massacrante
E
adorável crise gosto de acreditar
Que
tudo vai acabar bem.
Og Maron. Arquivo Pessoal e de Internet.