A princípio bastaria ter saúde,
dinheiro e amor, o que já é um pacote louvável, mas nossos desejos são ainda
mais complexos. Não basta que a gente esteja sem febre: queremos, além de saúde,
ser magérrimos, sarados, irresistíveis. Dinheiro? Não basta termos para pagar o
aluguel, a comida e o cinema: queremos a piscina olímpica e uma temporada num
SPA cinco estrelas.
E quanto ao amor? Ah, o amor... não
basta termos alguém com quem podemos conversar, dividir uma pizza e fazer sexo
de vez em quando. Isso
é pensar pequeno: queremos AMOR, todinho maiúsculo. Queremos estar
visceralmente apaixonados, queremos ser surpreendidos por declarações e
presentes inesperados, queremos jantar a luz de velas de segunda a domingo,
queremos sexo selvagem e diário, queremos ser felizes assim e não de outro
jeito. É o que dá ver tanta televisão.
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E se a gente tem pouco, é com este
pouco que vai tentar segurar a onda, buscando coisas que saiam de graça, como
um pouco de humor, um pouco de fé e um pouco de criatividade. Ser feliz de uma
forma realista é fazer o possível e aceitar o improvável. Fazer exercícios sem
almejar passarelas, trabalhar sem almejar o estrelato, amar sem almejar o eterno.
Olhe para o relógio: hora de acordar. É importante pensar-se ao extremo, buscar
lá dentro o que nos mobiliza, instiga e conduz, mas sem exigir-se
desumanamente.
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Mario Quintana
Og
Maron. Arquivo de Internet.
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